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Thursday, February 26, 2004

Depois de um leve abandono da minha pessoa em relação ao "minha pessoa", estou de volta. Quer dizer, abandonar eu não abandonei, estou sempre por aqui. Mas procuro escrever somente quando tenho algo minimamente interessante para dizer. Pois é, por mais incrível que possa parecer eu tenho um certo critério. Não muito rígido, mas tenho. E como é (ou foi) carnaval, esse é o assunto escolhido.
Mas antes, como dizem que meus posts são muito grandes e que precisam ser lidos "à prestação", vou facilitar o trabalho de vocês e parcelar o sacrifício.

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Carnaval = viagem à Ilha Quadrada. Apesar de detestar o comercial ao qual essa definição faz referência, essa é realmente a melhor forma de começar a contar sobre o carnaval dessa pessoinha que vos fala. (Sabem qual é o comercial? É aquele da cerveja que se diz "redonda". Os que supostamente sabem se divertir festejam na "Ilha Redonda", bebendo a cerveja anunciada. Os que bebem outras cervejas são "quadrados", não sabem festejar e passam o dia fazendo coisas também supostamente idiotas na "Ilha Quadrada") Mas não se enganem, isso não quer dizer que o carnaval tenha sido ruim. Pelo contrário, foi muito bom, e a Ilha Quadrada já deixa saudades. Porque nem sempre ser "redondo" é a melhor opção. Mesmo.

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Ok, eu sei, nada disso está fazendo muito sentido. Vou explicar melhor. Viajei com mais umas 20 pessoas (na maioria desconhecidos) para Alto Rio Doce... Hein, onde? É, Alto Rio Doce, uma cidadezinha em Minas Gerais. Ou seja: Rodoviária lotada na sexta feira, ônibus com atraso de 1 hora, quatro horas de viagem, chegada em Barbacena (lembram do Juscelino Barbacena, da Escolinha do Professor Raimundo? "Quando eu era pequenininho lá em Barbacena..."), lanchinho rápido (porém muito gostoso) na casa da família mineira, Van lotada (no sentido de "Socorro, esse negócio tá muito cheio!") e, teoricamente, mais duas horas de viagem. Mas essa segunda parte da viagem se prolongou... Isso porque no meio do trajeto, uma das pessoas "redondas" do grupo decide encher a cara, vomitar na Van e nas malas alheias. Aí pára todo mundo numa outra cidadezinha, glicose no redondo e só então seguimos viagem. Mais adiante a suspeita de um pneu furado. Pára a Van novamente. Ok, alarme falso, continuamos. Chegamos em ARD e já é noite. Entramos na casa que alugamos. A casa não possui móvel algum e tem apenas um banheiro, mas disso nós já sabíamos. Só o que não sabíamos era que possuía um cômodo a menos que o combinado. Ok, sem problemas, entulha todo mundo no espaço que tem mesmo.

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Até agora não parece nada agradável, certo? E não estava mesmo, mas isso foi apenas o começo. E para uma parte dos integrantes da casa essa confusão da viagem e a falta de conforto foram os motivos do apelido "República da Ilha Quadrada" que nossa casa carnavalesca recebeu.

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Repararam que eu disse "para uma parte dos integrantes da casa"? Pois é, ter que conviver com desconhecidos em uma casa não é fácil não... Agora eu entendo os "big brothers". Como todo BB que se preze, teve que rolar umas confusões básicas, mal entendidos... Mas nem vale a pena comentar esse tipo de coisa. Mesmo porque ninguém entendeu muito bem o que aconteceu. E como não tínhamos o público para julgar e decidir, é melhor esquecer.

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Mas voltando, apesar desses problemas iniciais, foi muito bom. Passei quatro dias com algumas pessoas que gosto muito. Conheci gente muito boa, revi e conheci melhor outras, aproveitei companhias já comprovadamente maravilhosas... Enfim, foram as pessoas que fizeram a diferença na viagem. Pouco importa a chuva, as músicas repetidas, a falta de notícias do Big Brother e as dificuldades em geral se você pode conviver com pessoas especiais. Ri demais, dancei coreografias super elaboradas, conversei sobre bobagens e coisas sérias, pulei, cantei, e aproveitei (algumas vezes com uma leve ajudinha alcoólica... mas só de leve). Isso sem contar as inúmeras revelações - TÃN (piadinha interna). Além disso, a cidade é muito simpática. Ruazinhas de pedra tomadas pelos jovens, gente feliz se divertindo, dançando e recebendo jatos d’água, tudo isso com segurança, sem o medo das grandes cidades. E como as coisas são baratas por lá! Uma beleza! Muito bom mesmo, espero poder ter mais viagens tão divertidas como essa, e com companhias tão agradáveis quanto as do povo da Ilha Quadrada.

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Agora só o que ficou foi a saudade dos quadrados e a sensação de que tão cedo não terei dias tão tranquilos e divertidos como esses. Afinal, começam as aulas, a busca por um estágio, o estresse...

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Mas jamais esquecerei a trilha sonora:
"Poeira... Poeira... Cadê o saci?
Encaixa o Jack matador
Na dança da mãozinha da Cristiane..."

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Beija Flor Bicampeã! Que alegria! Agora só posso torcer no carnaval mesmo, porque o meu time só tem me trazido decepções...

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E aí, gostaram do post parcelado? Facilitou?

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É, tá na hora de terminar o post... Parei já.

E a sua pessoa?

Saturday, February 14, 2004

Então eu vi o Edmundo. É, esse mesmo, o jogador de futebol, o animal. E daí? Bom, e daí que eu já fui apaixonada por ele. Eu e minha priminha. Pois é, na minha não tão distante adolescência, o meu ídolo era o Edmundo. Nada de Backstreet boys, Leonardo Di Caprio ou genéricos. Eu gostava mesmo era do animal. Comprava todos os jornais de esporte para recortar as reportagens, colocava foto na agenda, e tinha na ponta da língua a defesa para os ataques que essa minha adoração recebia. Cheguei a pensar em escrever uma daquelas cartas quilométricas, cheia de desenhos, e "eu te amos" para ele. Comprei o envelope, recortei diversas figuras, mas desisti antes de começar a confecção da mesma. Salva pela preguiça. E como era difícil ser fã. As pessoas achavam um absurdo eu gostar de um cara problemático como ele. Eu lembro que quando estava no primeiro ano, eu tinha uma foto enorme dele colada no meu fichário. Um dia o meu professor de física olhou aquela foto e disse:
_ O que esse assassino ta fazendo aí?
_ (breve silêncio)Eu... eu gosto dele.
_ Você não é normal. (O que, vindo de um professor de física, era preocupante.)
Pois é, era muito difícil. Mas o fato é que o tempo passou, eu joguei fora todas os recortes de jornais que tinha (e não eram poucos...) e esqueci toda essa admiração. Assim, do nada, passou. E ontem eu o vi, sentado num quiosque em Copacabana. Eu olhei e pensei: "Ih, alá, o Edmundo...".Só isso. Nem liguei mesmo. Tudo bem, pode parecer idiota, afinal era só o Edmundo, mas bem ou mal ele marcou minha adolescência. E fiquei pensando como a gente muda. Em outros dias, esse encontro teria sido a glória. É engraçado pensar nessas fases que a gente passa... Que nem quando eu cismei que era "a roqueira", e só andava de preto, camisa do Iron Maiden e tudo mais... Até um quadro com uma foto minha de quando era bebê foi invadido por milhares de adesivos de bandas de metal, algumas que eu nem mesmo conhecia. Bobagem. Hoje em dia eu gosto muito mais de rock do que naquela época, só que não preciso provar isso pra ninguém. Acho que quando somos mais jovens precisamos nos afirmar de alguma forma. Eu sempre fui meio do contra, e dizer que era fã do Edmundo reforçava essa imagem que eu tentava passar. Não que eu não gostasse dele, porque eu realmente gostava. Mas assumir isso mostrava uma postura do tipo: "Eu não sou como vocês, eu não gosto do queridinho de todos, eu gosto do animal". Só para chocar, para me diferenciar mesmo. Assim como as camisas do Iron Maiden me davam um certo status de roqueira revoltada ou coisa assim. É, imagem não é nada...

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E hoje acordo e vejo no jornal uma foto do Edmundo, deitado de bruços, com seu traseiro exposto sendo massageado. Ok, eu definitivamente não precisava disso.

E a sua pessoa?

Friday, February 06, 2004

"Cara, a natureza é perfeita!". Foi o que disse uma amiga quando estávamos assistindo o pôr do sol no Arpoador (na praia de Ipanema). Uma frase simples, mas que no momento veio tão cheia de sentimento, tão sincera, que me soou como poesia. E o pôr do sol no arpoador é realmente uma experiência de contato com essas coisas bonitas e essenciais da vida. Eu já tinha lido várias vezes sobre isso, de como era lindo, mas nada como estar lá. As pessoas interrompem o que quer que estejam fazendo, saem de suas rotinas e sentam-se para contemplar e aplaudir a natureza. Aplaudir a natureza. Aplaudir a natureza. Isso é muito grande, muito especial. Quantas pessoas nesse mundo doido que está aí têm o tempo, a oportunidade, ou a tranquilidade para um ritual desses? É um grande privilégio. Não estou falando apenas do pôr do sol no arpoador, e sim dessa capacidade de se sensibilizar com coisas simples e belas. Podia ser em qualquer lugar, em qualquer situação... Natureza, pessoas, gestos, sorrisos, crianças, animais, tudo isso tem uma beleza que nem sempre é percebida. Mas ela está lá. Sempre está. Só depende da forma com que você olha. Enfim, como eu gostei muito desse negócio de colocar imagens, aí está uma (das muitas...) feita por mim no Arpoador. Não é preciso grande técnica para se obter uma imagem bonita naquele lugar...


Pôr do Sol no Arpoador

Ps: Viu irmão, você apareceu no meu blog!

E a sua pessoa?

Monday, February 02, 2004

Eu adoro tirar fotos sem noção. De pés (como a que se encontra nesse template super elaborado que criei), de pratos vazios, copos de suco, bichinhos de pelúcia etc... Inclusive tenho uma pasta no meu computador com o nome de "viagens", onde coloco todos esses meus "trabalhos artísticos". Ô, quanta arte. Mas eu adoro fotos em geral, acho tão bonito saber tirar foto, um charme mesmo. Eu queria ter essa habilidade, mas tenho a leve sensação que nasci desprovida de tal dom... Olha que eu tentei, até peguei uma matéria de laboratório de fotografia na faculdade. Tudo bem que a professora não era o incentivo em pessoa (nem comigo nem com ninguém), mas ela podia ser um pouco mais delicada...
Estava eu, preparada para o primeiro exercício da matéria, munida de uma máquina cheia de recursos (emprestada pela faculdade) e de filme P/B Ilford (falando assim até parece que entendo...), animadíssima. Tirei as fotos, usei minha super criatividade de principiante, quem sabe não estava nascendo ali um novo talento... Ok, fotos tiradas, mandei fazer o contato (que é uma folha que vem com todas as fotografias do filme em miniatura). Chegou a hora de mostrar as fotos para a meiga professora. Ela, com sua canetinha azul, começou a dar o veredicto:
_ Essa tá ruim, essa tá ruim... Minha filha (nesses termos), eu disse que era pra fazer um retrato! Você não sabe o que é retrato? - E com a bendita caneta azul, começou a rabiscar a foto - O retrato é só essa parte da foto, não tinha que ter nada disso! De que adianta ter uma máquina boa se você não sabe utilizar? - E continuou - O movimento dessa tá bom, mas tá mal centralizado... Essa outra estaria boa, não fossem essas pernas no fundo...
Pequena pausa. Eu tinha esperado um tempão até que as citadas pernas aparecessem na foto... Era o grande significado da tal foto, uma menina sentada, com olhar triste, e pessoas passando (no caso, só as pernas) e não dando a mínina... Sabe, solidão no meio da multidão? Pois é, ela não entendeu minha "sensibilidade artística"... E não parou por aí...
_ A perspectiva dessa tá boa, essa aqui dá até pra ampliar... Nossa, essa do gatinho está horrível!
Pausa dois. Era a minha foto preferida, uma gatinho bem de perto, deitado de lado, num chão de pedra, com umas folhas caídas... Linda mesmo, professora idiota!
_ E essas duas últimas aqui? Um desperdício! Aliás, vocês (eu tinha dividido o filme com uma amiga) desperdiçaram esse filme! Um filme bom, uma máquina ótima, e olha o que vocês fizeram... Mas fazer o que, né? Deixa eu ver quais vocês podem ampliar...- E olhou todo o contato de novo, tentando achar algo que, na concepção dela, prestasse.
Traumatizante, não? Tive mais problemas depois para aprender a ampliar as fotos, mas realmente eu sou meio enrolada... Apesar de tudo, a experiência não foi um desastre total, abstrai a opinião dela e passei a aproveitar a prática no laboratório. É lógico que era uma professora, e não uma besta completa, portanto eu tinha que respeitar o que ela dizia. Mas eu acho que a foto tem um valor subjetivo também, e isso ela não podia avaliar. Não acho que sou um super talento injustiçado, mas também não sou a negação que ela fez parecer no começo do curso. Acho que o jeito dela é que era meio agressivo, não sabia passar seus conhecimentos e nem fazer uma crítica construtiva... Mas até que deu para aprender algumas coisas com ela. Depois a situação melhorou, e o segundo filme que fiz teve uma aceitação bem maior, ela até gostou de algumas fotos. Em outro período tive ainda um outro professor de fotografia, esse maravilhoso, que fez com que eu me empolgasse com fotografia novamente.
Só mais um detalhe: sobre a foto do gatinho, um dia que essa professora faltou, quem deu a aula foi uma monitora "feminista" (piadinha interna... aliás, super interna, porque a pessoa que a entenderia não está acessando esse blog). Ela viu a foto e falou: Nossa, que legal essa aqui! O chão ta ótimo, porque você não amplia? - Humpf.
Enfim, essa historinha toda foi só para introduzir a foto a seguir, que, aliás, não tem nada a ver com as fotos da faculdade. É digital e foi tirada ontem. Mas como disseram que meu blog nunca tem imagens, aí vai a primeira. Depois dessa, vocês vão acabar dando razão à professora... Tudo bem, eu entendo...

Meu lanche no restaurante Spoleto: um suco do
Mc Donalds e um salgado do Pizza e cia.

E a sua pessoa?

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