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Thursday, January 29, 2004

É impressionante como eu imagino coisas o tempo todo. Quando me deito, antes de dormir, é uma hora propícia. Invento diálogos imaginários com pessoas que conheço, que não conheço, com pessoas famosas (que poderiam entrar na categoria anterior), ou simplesmente com pessoas sem rosto, que não existem. Se fosse só na hora de dormir, tudo bem, normal (pelo menos eu acho). Mas com a minha pessoa isso é algo crônico, pois imagino essas coisas no ônibus, andando na rua, e nem mesmo é preciso que eu esteja sozinha. É isso mesmo, amigos, se a gente estiver juntos e eu ficar muito tempo calada, podem desconfiar... Mas na maior parte das vezes estou sozinha. Quando estou voltando do meu curso de informática é o auge. O caminho é relativamente longo, e eu volto sozinha. O que fazer nesses 20 minutos? Imaginar! Claro, eu tenho toda uma vida dentro da minha imaginação. Eu imagino brigas. Ah, como eu gosto de criar brigas! Talvez porque eu seja uma pessoa muito calma, que dificilmente arruma brigas e discussões... Isso hoje em dia, porque quando criança eu era brigona que só! Eu estava até conversando com uns amigos que nunca dei um tapa na cara... hum, já sei o que imaginar assim que acabar de escrever aqui... Enfim, voltando. Essas brigas me fazem muito bem... Às vezes estou chateada com alguma coisa que alguém fez (bem genérico...), aí começo a colocar minha mente pra funcionar. Imagino toda a discussão, desenvolvo meus argumentos e, para ficar mais real, acabo desenvolvendo os argumentos da outra pessoa também... E muitas vezes acabo chegando à conclusão de que quem está certo é o outro, ou que não tenho motivo pra ficar tão chateada, cada um teve suas razões para agir de tal forma. É um bom exercício. O problema é que às vezes a discussão está tão boa que eu começo a fazer expressões, e me dá vontade de falar, gesticular... E no meio da rua pega meio mal... Já me peguei várias vezes imaginado e gesticulando, ou falando baixinho e, de repente, as pessoas na rua começam a me olhar estranho, e eu finjo que estava cantando algo... O que também não é lá muito legal, mas é melhor que simplesmente estar falando sozinha. É uma espécie de mecanismo de defesa, como já disse o Mário. Bom, tem vezes que eu realmente só estou cantando, e isso eu faço ainda mais freqüentemente que as minhas historinhas mentais. Outro dia eu estava no ônibus, e fiquei pensando com é engraçado o fato de você ficar vendo aquele monte de gente, entrando e saindo do ônibus, pessoas das mais diferentes, cada uma com sua vida, seus problemas, suas alegrias... Pessoas que você muito provavelmente não verá nunca mais em sua vida... Aí eu pensei no cobrador, que geralmente estabelece algum tipo de contato com aquelas pessoas, nem que seja um "bom dia", um "de nada" ou um "tá faltando 20 centavos" e coisas assim. Poxa, pode ser que ele nunca mais veja aquela pessoa! Ele podia falar algo do tipo "tudo de bom pra você na sua vida", ou coisa parecida. Aí o nível de loucura subiu na minha mente e imaginei que todos os passageiros e o trocador podiam fazer uma festa de despedida para cada passageiro que descesse do ônibus. Com direito à bexiga, confete, fotos etc. As viagens de ônibus seriam uma constante festa. Comecei a rir sozinha no ônibus, as pessoas olharam, e eu fingi que estava tossindo. Aí chegou o meu ponto e ninguém fez festinha pra mim... Que gente mal educada!

E a sua pessoa?
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