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Tuesday, December 30, 2003

Sobre a praia. Não sei o que pensar sobre ir à  praia. Eu gosto, mas também detesto. É tão quente, tão desconfortável, tão... calor! E pra quê? Alguém realmente sente prazer em ter seu corpo torrado pelo sol? Não estou falando do bronzeado, nem do papo com os amigos, nem do mergulho no mar. Estou falando de deitar na areia e sentir aquele calor tomando conta de você, da sua pele, e o suor escorrendo, e a areia grudando, e o sol queimando seu rosto, ofuscando a sua visão... não existe prazer no ato de bronzear. Não mesmo. Você está ali se submetendo a uma coisa desagradável, que você suporta e até diz gostar em função do que vai te trazer: o bronzeado, a exibição de todo o trabalho da academia entre outras coisas. Essa idéia toda eu não tirei da minha cabecinha não, foi uma coisa que eu aprendi na faculdade, e não vou dar mais detalhes senão vão dizer que estou querendo posar de intelectual. Quando eu estudei isso, até fez sentido, mas nada como a prática: Há uns dias lá estava eu, no sol, torrando, suando, irritada. Dois minutos depois de chegar já queria ir embora. E pensei no porque de eu estar alí­, e de todas aquelas pessoas estarem ali.
Pois é, cena horrí­vel, não? Mas como disse antes eu gosto de praia. Mas pelos outros fatores: o bronzeado, o mar (sempre na beiradinha) e pra brincar. É,brincar. Hoje lá estava eu, sentada na beira do mar, cheia de areia, fazendo castelinhos, imunda, feliz. Não, eu não estava sozinha fazendo o meu castelinho particular. Estava rodeada por várias criancinhas e algumas amigas, todas sujas e felizes como eu. Estava empolgadí­ssima, até mais que as crianças. Ah, e descobri ainda que não tenho autoridade alguma com as pequenas criaturinhas, já que fui recebida no grupo com uma chuva de areia.
É, praia é ruim, mas é bom.

E a sua pessoa?

Sunday, December 28, 2003

"... mas fitando ... com um olhar longo, provavelmente cheio de sentido, embora incompreensível."

Fui só eu que achei ou a frase é muito boa? Gostei mesmo... tava lendo um livro, aí vem essa frase, e fiquei uns cinco minutos só relendo e pensando em como ela era simples e bonita...

E a sua pessoa?

Saturday, December 27, 2003

Pois é, eu não abandonei esse blog... na verdade ele nem começou direito, mas um dia eu chego lá. Com a mesma velocidade que me animei para começá-lo, desanimei. Mas tá tudo certo, tô animada de novo.
Enfim, o primeiro grande problema que criei em minha cabecinha em relação à esse blog foi o de "divulgação". Pois é, eu criei o blog e não contei pra ninguém. Esperto isso, não?! Mas tive algumas razões: a primeira foi o template, que como percebe-se eu não sei criar (ou fazer? ou desenvolver? nem o termo eu sei...). A segunda foi o, hum, "conceito" do blog. Porque faço Comunicação e o que mais vejo são conceitos que não servem de nada na prática. E por isso eu precisava de um desses conceitos vazios para o "minha pessoa". Então pensei em fazer desse blog meu "mundinho secreto": não ia contar para nenhum conhecido e ia poder falar realmente o que quisesse sem me preocupar se estaria "alfinetando" alguém. Mas como sou uma pessoa super decidida, mudei de idéia e agora vou contar pra todo mundo. E vou esquecer essa coisa toda de conceito e no dia a dia vou vendo o que escrever por aqui...

E a sua pessoa?

Tuesday, December 09, 2003

Então eu fui roubada. É, depois de 19 anos (ou seja, toda a minha vida) vivendo no Rio de Janeiro, fui roubada pela primeira vez. Ok, até que demorou. Mas foi um roubo tão bobo, tão "sem glamour", tão besta, que nem deu pra ficar muito brava ou coisa assim. Não deu pra fazer altas considerações sobre a violência na cidade, e a falta segurança, e como é absurda essa condição em que vivemos e blá, blá, blá. Nem assalto foi. E eu fui tão besta quanto o roubo. É, eu mereci esse roubo de meia tigela. Vamos à  cena.
Primeiro, o ônibus escolhido: 592. Para quem conhece, sabe o quão odiosa é essa linha, tendo sido carinhosamente apelidada de "cinco never dois". Pois é, esse ônibus é o mais demorado da história. Pois ontem foi o primeiro que passou na minha frente. Eu poderia pegar qualquer um. Eu repito: qualquer um. Mas ainda assim me decidi pelo dito cujo. Essa atitude é justificada pela satisfação que sinto em não depender mais dessa linha maldita. Então sempre que posso, eu o pego e fico pensando: estou apenas te usando, mas não preciso de você! É uma sensação ótima. Enfim, eu olho para o ônibus. É dos antigos, com a entrada pela parte de trás. Já simpatizei com ele. Lá dentro, uma pessoa está abaixada na roleta, catando alguma coisa do chão. Enquanto isso, outra está plantada na porta do ônibus, sem se mover. Cena estranha, não? Pois é, eu também achei, mas ainda assim entrei. Talvez o fato de a pessoa plantada na porta ter dito "pode entrar" tenha me ajudado na hora de tomar essa decisão. Não sei como não desconfiei de tamanha gentileza. Entrei no ônibus, mas não conseguia passar pela roleta porque a pessoa continuava abaixada, catando as tais coisas, e também não podia sair porque o outro ser plantado na porta não saia de lá. Além disso, o ônibus começou a andar de porta aberta mesmo. Tudo muito estranho. E foi muito rápido também. Até que finalmente a pessoa pára de catar suas coisas e passa pela roleta. Passo também e percebo que a minha bolsa está aberta. "Ok, meu celular já era", foi a primeira coisa que pensei. Mas não, lá estava ele, são e salvo. O mesmo eu não podia dizer da minha querida e velha de guerra bolsinha de moedas. De moedas, mas que tinha 15 reais em dinheiro. Quando percebi que minha bolsinha não estava lá, lancei meu olhar mais desconfiado para as duas pessoas que me atrapalharam na entrada do ônibus. Até que um deles fala que foi roubado, que pegaram a carteira dele. É, sei. Pensei em acusá-lo, em dizer: "devolve a minha bolsinha, pára de fingimento! Eu sei que foi você, deixa de ser ator!", estava tudo na minha cabeça, prontinho para sair. E eu estava bem brava no meu pensamento. Mas na verdade, não sei porque, não estava tão brava e não acusei ninguém. Primeiro porque não tinha certeza, a bolsinha poderia ter caí­do na rua, ou eu poderia ter esquecido em casa. Além disso, antes de entrar no ônibus, uma outra pessoa me empurrou, fez menção de entrar no ônibus e não entrou. Portanto, poderia ter sido essa a pessoa quem me roubou.
Pequeno parentese: eu não lembrava dessa outra pessoa, só lembrei agora, escrevendo sobre o assunto. O que só reforça o que disse no post anterior.
Sentei me no ônibus, pensando que tinha perdido meu dinheirinho, e que não ia poder tirar a xérox que eu estava indo tirar. Pensei também que poderia ser pior, afinal não levaram o celular. E eu morava perto, podia voltar para casa a pé. Realmente tinha sido uma decisão acertada ter tirado aquela nota de vinte reais de dentro da bolsinha antes de sair de casa. Já a idéia de ser organizada e colocar aquela outra nota de dez reais, que estava no meu bolso, dentro da bendita bolsinha não tinha sido tão boa...

***

Nesse mesmo dia, mais à noite, saindo para ir no curso de espanhol, vejo um aglomerado de gente. Depois, comentários soltos na rua: "...tiroteio... morreu o que estava na moto... ele saiu atirando..." entre outros. Depois fico sabendo que houve realmente um tiroteio e que uma pessoa morreu na rua do meu curso, minutos antes de eu passar por lá. E toda aquela gente estava ali para ver o cadáver. Sempre junta um montão de gente em volta de cadáveres nas ruas. Mania estranha essa.
É isso aí, dia estranho. Pelo menos pra mim.
E o Rio de Janeiro continua lindo...


E a sua pessoa?

Sunday, December 07, 2003

Vontade de criar um blog eu sempre tive. Ou há muito tempo eu tenho. Mas eu detesto fazer as coisas porque tá todo mundo fazendo. Sou implicante com esse tipo de coisa, mas eu mesma não escapo muito disso não. Sou até meio Maria-vai-com-as-outras. Na verdade, não sou não. Mas sou meio dependente dos outros. Preciso de um estímulo, sabe? Digamos que eu não seja lá uma pessoa muito pró-ativa. É isso.
Mas então, porque eu finalmente decidi criar esse blog? Porque eu (re)descobri que gosto de escrever. Gosto mesmo. Já pensei que soubesse fazê-lo bem. Hoje já não penso assim. Mas de qualquer forma, quando escrevo tudo parece mais simples. Sou uma pessoa confusa. Muito. Zoneada mesmo. É, e cada vez mais eu penso que preciso de uma organização na minha vida. E é só quando coloco as coisas por escrito que me entendo melhor. Às vezes não sei porque estou sentindo tal coisa, aí eu começo a escrever e acabo descobrindo. É uma forma de terapia, eu acho.
É, pra começar é só isso. Nem sei se vou mesmo continuar com essa história...

E a sua pessoa?

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