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Friday, January 23, 2004

Tem um assunto que sempre me deixou inquieta, que me persegue, que está sempre por ser resolvido, às vezes meio abandonado, mas nunca esquecido. É a questão da religião. Assunto polêmico, não? Tô até com medo de começar, mas vamos lá. Pois é, eu sinto dentro de mim uma necessidade muito grande de ter uma crença, de ter a quem pedir socorro, de acreditar que vai dar tudo certo porque existe uma justiça e uma força maior que todos nós. Bem, sou católica. Com direito a batismo, comunhão e crisma. Mas como grande parte dos católicos, não sou praticante. E nem sei porque ainda me digo católica, não faz sentido. Porque tem muita coisa que discordo, por seu passado negro, e principalmente porque a Igreja Católica não me satisfaz. Mas também, como poderia me satisfazer se eu nem freqüento? Mas aí que está todo o problema, não sinto nenhuma atração por ela. Eu acho que a espiritualidade deve ser vivida de forma intensa, completa, e sinceramente não acredito que encontraria isso em missas. Eu acho a missa um ritual meio frio. Freqüentei durante anos, quando criança, e nunca senti nada de muito especial que me faça querer voltar agora que estou mais velha. Eu sempre penso em buscar novas religiões, pesquisar, visitar, para ver se me interesso por alguma. Já li alguns livros, mas tudo muito superficial. Sempre fui a esotérica da família. Isso porque eu gostava muito de anjinhos, gnomos, bruxas, incensos, meditação e coisas do tipo. E eu realmente achava que isso bastava para me completar. Ó céus, que coisa vazia. Mas ainda gosto dessas coisas (entre outras...). Acho que o meu problema é que acredito em muita coisa e não acredito em nada. Eu sinto minha religiosidade em pequenas coisas, na natureza, no rosto de amigos ou desconhecidos, em certos gestos, quando estou sozinha com meus pensamentos, na confiança que tenho na Justiça, na força que surge dentro de mim quando realmente quero alguma coisa... Quando era mais nova cheguei a pensar em criar minha própria religião... Ia ser uma coisa muito minha, com um pouquinho de cada coisa que acredito, sendo algumas até um tanto quanto contraditórias (mas quem se importa, seria só para a minha pessoa mesmo!)... Enfim, acabei abandonando essa idéia e continuei empurrando com a barriga essa situação. O que me falta é um estímulo, alguém que me acompanhe nessa busca...
Agora há pouco tempo, uma pessoa da minha família passou a freqüentar uma espécie de movimento jovem da Igreja Católica. Disse que era bom, me convidou. A princípio recusei, porque, como disse antes, acho que o catolicismo já "teve a sua chance" e não conseguiu me satisfazer. Chamou-me outras vezes, e eu acabei indo. Cheguei a viajar com eles. Foi bom. Gostei de algumas coisas que ouvi, de outras nem tanto. Mas o importante é que eu ouvi alguma coisa. Convivi, ouvi e aprendi. Ainda não sei se vou participar mais desse tal movimento, mas estou vendo nele uma forma de sair dessa inércia. Tenho dúvidas...

***

Copos não vêm com data de validade, certo? É, eu acho que a minha família anda comprando requeijão demais... Ou copos de menos.
"Copos não vêm com data de validade, data de validade, data de validade..." Em ritmo de Yellow Submarine... Por quê? Sei lá...

E a sua pessoa?
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