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Saturday, February 14, 2004

Então eu vi o Edmundo. É, esse mesmo, o jogador de futebol, o animal. E daí? Bom, e daí que eu já fui apaixonada por ele. Eu e minha priminha. Pois é, na minha não tão distante adolescência, o meu ídolo era o Edmundo. Nada de Backstreet boys, Leonardo Di Caprio ou genéricos. Eu gostava mesmo era do animal. Comprava todos os jornais de esporte para recortar as reportagens, colocava foto na agenda, e tinha na ponta da língua a defesa para os ataques que essa minha adoração recebia. Cheguei a pensar em escrever uma daquelas cartas quilométricas, cheia de desenhos, e "eu te amos" para ele. Comprei o envelope, recortei diversas figuras, mas desisti antes de começar a confecção da mesma. Salva pela preguiça. E como era difícil ser fã. As pessoas achavam um absurdo eu gostar de um cara problemático como ele. Eu lembro que quando estava no primeiro ano, eu tinha uma foto enorme dele colada no meu fichário. Um dia o meu professor de física olhou aquela foto e disse:
_ O que esse assassino ta fazendo aí?
_ (breve silêncio)Eu... eu gosto dele.
_ Você não é normal. (O que, vindo de um professor de física, era preocupante.)
Pois é, era muito difícil. Mas o fato é que o tempo passou, eu joguei fora todas os recortes de jornais que tinha (e não eram poucos...) e esqueci toda essa admiração. Assim, do nada, passou. E ontem eu o vi, sentado num quiosque em Copacabana. Eu olhei e pensei: "Ih, alá, o Edmundo...".Só isso. Nem liguei mesmo. Tudo bem, pode parecer idiota, afinal era só o Edmundo, mas bem ou mal ele marcou minha adolescência. E fiquei pensando como a gente muda. Em outros dias, esse encontro teria sido a glória. É engraçado pensar nessas fases que a gente passa... Que nem quando eu cismei que era "a roqueira", e só andava de preto, camisa do Iron Maiden e tudo mais... Até um quadro com uma foto minha de quando era bebê foi invadido por milhares de adesivos de bandas de metal, algumas que eu nem mesmo conhecia. Bobagem. Hoje em dia eu gosto muito mais de rock do que naquela época, só que não preciso provar isso pra ninguém. Acho que quando somos mais jovens precisamos nos afirmar de alguma forma. Eu sempre fui meio do contra, e dizer que era fã do Edmundo reforçava essa imagem que eu tentava passar. Não que eu não gostasse dele, porque eu realmente gostava. Mas assumir isso mostrava uma postura do tipo: "Eu não sou como vocês, eu não gosto do queridinho de todos, eu gosto do animal". Só para chocar, para me diferenciar mesmo. Assim como as camisas do Iron Maiden me davam um certo status de roqueira revoltada ou coisa assim. É, imagem não é nada...

***

E hoje acordo e vejo no jornal uma foto do Edmundo, deitado de bruços, com seu traseiro exposto sendo massageado. Ok, eu definitivamente não precisava disso.

E a sua pessoa?
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