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Sunday, March 14, 2004

Pois é, agora que a faculdade voltou eu tenho que falar sobre o assunto. Afinal acabou a vagabundagem e algumas vezes eu realmente tenho aula. Ai, como eu estava feliz e relaxada durante as férias. Eu acho preocupante essa minha imensa propensão para a arte de fazer nada. Eu realmente gosto de fazer nada, pensar nada, me preocupar com nada. Assim, tem vezes que bate um surto de "super quero fazer alguma coisa", mas passa rapidinho. Ok, mas infelizmente não pode ser sempre assim e a faculdade está aí, me lembrando que existem problemas a serem resolvidos, reflexões a serem feitas, talentos a serem testados...
Então, eu tinha feito um post bastante otimista sobre a faculdade. Foi num desses dias excepcionais em que a tal vontade de fazer algo tinha tomado conta de mim. Vou até colocar um trechinho aqui:

"Bom, na primeira aula, a tarefa era fazer uma pequena matéria. Coisa simples, óbvia até, certo? Afinal faço jornalismo, tenho que me acostumar com isso. Mas quando o professor propôs o exercício, pensei: "Ah não, fazer matéria? Que saco..." Aí eu me pergunto: Como assim "que saco"? É isso o que provavelmente farei pro resto da vida! Pois é... Mas aí comecei a fazer o exercício. E gostei muito. Mais do que imaginava. Ainda não recebi o veredicto do professor, talvez ele diga: "Que bela porcaria!". Mas pelo menos foi divertido. E pela primeira vez pensei que talvez não seja tão ruim ter que fazer isso pelo resto da vida. O que é bastante revelador, visto que estou no 5o período e já devia ter experimentado essa sensação há mais tempo (...) Não sei, bateu uma onda de otimismo agora. Deu vontade de me dedicar mais à faculdade. Deu vontade de crescer, sabe? Não sei explicar, é que geralmente sou meio desanimada, pessimista até, então queria deixar registrado aqui no meu cantinho esse sentimento. Só espero que não seja passageiro... (olha aí o velho pessimismo mostrando que ainda não foi derrotado...)"

É, eu estava bem nesse dia. O post foi vetado porque estava muito ruim, como já deve ter dado pra perceber por esse pequeno trecho. Mas como não quis desperdiça-lo por completo, resolvi pegar só umas partes para colocar aqui.
Mas voltando. Eu não aguento mais me sentir como aquela hiena que só fala: "Ó céus, Ó vida...". Sério, será que faz mal ser otimista? Eu explico: No dia seguinte a essa minha empolgação facultativa, um novo professor apareceu e me fez sentir uma imensa banana. Toda aquela animação e confiança que surgira no dia anterior virou fumaça. E a culpa não é do professor, não vou me fazer de vítima aqui. A culpa é minha mesmo. Minha e desse meu complexo de hiena sofrida. Se encontro um obstáculo ou deficiência, sei que deveria lutar para mudar isso. Mas geralmente o que faço é constatar a minha condição de banana e ficar refletindo sobre ela. Sei que não posso ser assim. E o que me preocupa é que o mercado de trabalho não deve gostar muito de pessoas como a minha. E o que me preocupa ainda mais é o fato de eu ter que me preocupar com o mercado de trabalho. Sério, você contrataria um estagiário que fala essas coisas sobre gostar de fazer nada, complexo de hiena e de banana que eu disse ao longo desse post? Claro que não. Nem eu.

***

Ás vezes eu queria ter um algum talento artístico. Eu podia ser uma super música, dançarina, artista plástica, quem sabe atriz... Só pra não precisar me adaptar a essa lógica de mercado, sei lá. Seja pró-ativo, seja comunicativo, seja determinado, seja produtivo... só não seja você mesmo.

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Estou confusa, vou parar por aqui, dessa vez a minha estratégia de escrever para ver se me entendo não deu certo... Sei lá, o que eu acho mesmo é que não estou preparada para esse mundo aí fora...

E a sua pessoa?
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